Mulheres nos desportos de endurance: a ciência responde!
Cada vez mais mulheres nos desportos de endurance cruzam a meta de maratonas, provas de ultratrail, triatlos longos e natação em águas abertas. Há uma tendência clara: as mulheres estão a conquistar os desportos de longa duração.
Mas será que existe uma explicação fisiológica para este fenómeno?
Eficiência energética em mulheres nos desportos de endurance
O corpo feminino utiliza gordura como fonte de energia de forma mais eficiente. Além disto, esta eficiência metabólica permite manter ritmos estáveis por mais tempo — um fator essencial em maratonas, triatlos e provas por etapas.
Recuperação muscular e resposta ao esforço
O exercício excêntrico causa menos dano muscular em mulheres, o que acelera a recuperação.
Em uma revisão publicada na Exercise and Sport Sciences Reviews, conclui-se que “o sexo feminino está associado a menor degradação muscular pós-exercício e maior resiliência mecânica” (Hunter, 2014).
Influência do ciclo menstrual na performance de endurance
Estudos mostram que o desempenho das atletas pode variar ao longo do ciclo menstrual, especialmente na fase folicular inicial. No entanto, a maioria das variações são individuais e pequenas, reforçando a importância de ajustar o treino de forma personalizada.
Segundo uma meta-análise publicada no Sports Medicine, “as flutuações hormonais afetam algumas mulheres, mas não há impacto universal na performance” (McNulty et al., 2020).
Resistência mental e estabilidade sob fadiga
Pesquisadores reconhecem a estabilidade emocional como fator determinante no desempenho. As mulheres demonstram, em média, menor variabilidade emocional e mais consistência tática.
Um estudo publicado no International Journal of Environmental Research and Public Health mostrou que atletas do sexo feminino apresentam níveis elevados de resistência mental, especialmente em contextos de auto-regulação e stress competitivo (Cowden, 2016).
Por que mulheres nos desportos de endurance têm vantagens fisiológicas?
As diferenças entre homens e mulheres em desporto são claras em provas curtas — mas diminuem nas longas distâncias. Por outro lado, o menor VO₂ máximo e a menor massa muscular média são compensados por maior eficiência energética, menor dano muscular e melhor recuperação.
No entanto, essas diferenças raramente se traduzem em desvantagens reais quando há treino adequado.
Conclusão: somos feitas para durar
O corpo feminino tem potencial real nos desportos de endurance. Mas é o treino, a consistência e o apoio certo que transformam esse potencial em resultados concretos.
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