RED-S em mulheres ativas: o que é e como identificar

Mulher atleta praticando corrida ao ar livre, representando o impacto da síndrome RED-S em mulheres ativas.

RED-S em mulheres é uma condição clínica ligada à baixa disponibilidade energética — quando a ingestão calórica não cobre o gasto com exercício e ainda precisa manter as funções fisiológicas básicas. Essa síndrome, reconhecida pelo Comitê Olímpico Internacional, representa um risco real para atletas com disponibilidade energética (DE) inferior a 30 kcal/kg de massa magra por dia.

Entre mulheres ativas, especialmente em modalidades de endurance — como o triatlo — os sinais do RED-S muitas vezes passam despercebidos, inclusive por ginecologistas e treinadores pouco familiarizados com o tema.

POR QUE MULHERES ATIVAS ENFRENTAM MAIS RISCO?

Durante a perimenopausa (40+), é comum sintomas como fadiga, ciclos irregulares e alterações de humor.
Eles são frequentemente atribuídos à idade, mascarando o diagnóstico de RED-S em mulheres ativas.

🔍 Estudos indicam que até 29% de corredoras nessa faixa etária apresentam sinais compatíveis com RED-S.
The Sport Lab | Sports Medicine Open | TrainRight

BAIXA DISPONIBILIDADE ENERGÉTICA: O QUE É E COMO AFETA MULHERES

A baixa disponibilidade energética (DE) ocorre quando a ingestão calórica não cobre o gasto com exercício e ainda precisa manter as funções fisiológicas básicas. Essa condição está na base da síndrome RED-S (Relative Energy Deficiency in Sport), reconhecida pelo Comitê Olímpico Internacional como risco para atletas com DE abaixo de 30 kcal/kg de massa magra por dia.

Entre mulheres que praticam modalidades de endurance — como o triatlo — os sinais muitas vezes passam despercebidos, mesmo por ginecologistas e treinadores. A fadiga constante, a irregularidade menstrual e a dificuldade para recuperar ou evoluir são frequentemente atribuídas ao “envelhecimento”, quando, na verdade, podem ser sintomas de RED-S.

DISPONIBILIDADE ENERGÉTICA (DE)

Fórmula:
DE = (Ingestão calórica – Gasto com exercício) ÷ Massa magra (kg)

Exemplo prático:

  • Ingestão: 2.000 kcal

  • Gasto com exercício: 800 kcal

  • Massa magra: 45 kg
    → DE = (2000 – 800) ÷ 45 = 26,6 kcal/kg/dia → abaixo do ideal, indicando risco de RED-S.

Interpretação:

  • < 30 → risco clínico de RED-S

  • 30 – 45 → zona de atenção

  • > 45 → segurança para performance e saúde

Wikipedia RED-S | IOC Consensus | TrainRight | Gatorade Performance

CONSEQUÊNCIAS DO RED-S

  • Hormonais: queda de T3, LH, estrogênio, testosterona

  • Reprodutivas: amenorreia, ciclos anovulatórios

  • Ósseas: fraturas por estresse, osteopenia

  • Imunológicas: infecções recorrentes

  • Metabólicas: fadiga crônica, acúmulo de gordura, perda de performance

ScienceDirect | SpringerLink | NIH PMC

POR QUE O DIAGNÓSTICO FALHA?

  • Sintomas confundidos com envelhecimento

  • Ginecologistas não associam amenorreia ao exercício

  • Nutricionistas e treinadores desconhecem RED-S

  • Medicina tradicional ignora contexto energético

🔎 O diagnóstico é clínico, contextual e multidisciplinar.

PROTOCOLO recomendável:

COMO PREVENIR E TRATAR

  • Aumentar a disponibilidade energética: +150–300 kcal por semana ou reduzir temporariamente o volume de treino.
  • Apoio multidisciplinar: nutricionista, treino individualizado, psicologia esportiva
  • Educação contínua: atletas e técnicos precisam aprender a reconhecer sinais precoces
  • Monitoramento regular: peso, composição corporal, horas de sono e estado mental

 

RECURSOS E LINKS RECOMENDADOS

Interno: Mulheres no endurance e eficiência metabólica
Externo:

CONCLUSÃO

A baixa disponibilidade energética é mais que um sinal de fadiga — é uma ameaça à saúde integral e performance, especialmente em mulheres 40+. Se te identificas com os sintomas, vale buscar avaliação aprofundada. Na W+, continuamos a partilhar ferramentas, conhecimento e apoio para que possas treinar de forma sustentável, informada e inteligente.

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