O IRONMAN anunciou uma mudança profunda no sistema de qualificação para os Campeonatos Mundiais de triatlo (Hawaii e 70.3). A partir de 2025, a qualificação IRONMAN será baseada na performance relativa por grupo de idade — e não mais no número de atletas por categoria.
Essa transição busca tornar o processo mais justo, especialmente para mulheres em grupos com menor representação. No blog da W+, já falamos sobre como as mulheres se destacam nas provas de endurance【ler aqui】, e esta mudança alinha-se a essa realidade.
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O QUE MUDA NA QUALIFICAÇÃO IRONMAN?
Anteriormente, as vagas eram distribuídas conforme o número de atletas por grupo de idade e género. Categorias grandes recebiam mais lugares. Em contrapartida, grupos menores — muitos deles femininos — tinham menos acesso, mesmo quando apresentavam desempenhos excelentes.
Agora, o critério principal passa a ser a performance ajustada por idade. Ou seja, cada atleta será comparada a um padrão específico da sua faixa etária, calculado com base nos 20% melhores tempos do Mundial dos últimos cinco anos.
COMO FUNCIONARÁ A ATRIBUIÇÃO DE SLOTS?
A campeã de cada grupo de idade — tanto no feminino como no masculino — continua a receber uma vaga automática. Se a primeira colocada não aceitar, a vaga será oferecida à segunda e, depois, à terceira. Se nenhuma aceitar, essa vaga entra no chamado performance pool.
As restantes vagas do evento serão atribuídas com base no ranking de performance ajustada, construído ao comparar o tempo de cada atleta com o padrão global do seu grupo de idade. Assim, quem mais superar esse padrão garante as vagas disponíveis, independentemente da idade ou do género.
O QUE É O KONA STANDARD?
O Kona Standard é o fator utilizado para calcular o tempo ajustado por idade. Ele é baseado na média dos 20% melhores tempos de cada grupo de idade nos últimos cinco anos do Campeonato Mundial IRONMAN em Kona. Esse índice serve como referência para avaliar desempenhos de forma equitativa entre diferentes grupos etários e géneros.
UM EXEMPLO PRÁTICO
Anne, F40–44, termina a prova em 9h19min51s. Com um fator de ajuste de 0.8707 (Kona Standard), o tempo ajustado dela fica em 8h07min26s.
John, M40–44, conclui em 8h50min31s. O fator dele é 0.9683, o que resulta num tempo ajustado de 8h33min42s.
Apesar de ter um tempo bruto mais lento, Anne supera John no ranking, porque sua performance foi muito acima do esperado para o grupo de idade F40–44.
POR QUE ESSA MUDANÇA NA QUALIFICAÇÃO IRONMAN IMPORTA
O novo modelo valoriza mérito real. Mulheres que treinam com consistência, mas competem em grupos pequenos e exigentes, terão mais oportunidades de qualificação. Além disso, a qualificação IRONMAN deixa de depender da sorte e passa a premiar quem supera o próprio grupo de referência.
QUANDO COMEÇA A VALER?
As primeiras provas com o novo modelo acontecem já em julho de 2025:
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IRONMAN 70.3 Jönköping (Suécia)
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IRONMAN 70.3 Muskoka (Canadá)
Em agosto, seguem-se:
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IRONMAN Kalmar (Suécia)
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IRONMAN Copenhagen (Dinamarca)
Essas provas já contam para o ciclo de qualificação do Mundial de 2026.
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